sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Quando tiver sessenta

Img:net

Quando tiver sessenta, vou querer um baú,
enchê-lo com tardes envaidecidas,
 sachês de lavanda para perfumar e poesias.
Guardar flores em livros para achar um dia.
Vou aprender crochê e quem sabe,
alegrar neto, contar-lhe estórias e fazer-lhe bolo no alvorecer. 
Ostentar sorriso resplandecido de alma buscada,elucidado pelos que na vida, sabem que foram bem amados.
Nada subtraído, ser vida multiplicada.
E sem permitir propenção a me esquecer,não permitirei que me façam deixar de fazer.

Com certeza, continuarei a acordar com pássaros,
a falar ou pouco ou pelos cotovelos, 
a me inspirar em cada amanhecer .
Saudar o sol, sentir yoga, ter mais de um bem querer.
Abrir e trilhar caminhos, quem sabe adormecidos para o momento de ser.
Descobrir a cada dia, que ainda tenho muito o que viver.

Rogo não deixar de ter, de criar ou ver prazer... 
Nem de me reerguer, 
contra as injustiças do mundo, não me desmerecer.
Também não deixar, de dar com os 'burros n'água pra vida ainda ter graça.

Quando  tiver sessenta, quero ainda não ter feito a foto perfeita

Não ter conseguido buscar ainda, o mais perfeito horizonte.
Ter o que ainda faltar pra conseguir e ver, traz sensação
que revigora a esperança,  movimenta o coração.

Mas por que não, rido de tudo e ter meu time mais vezes campeão ou, quem sabe ainda, a sorte esbanjada de um 'Royal Flush' na mão....  

Vou querer ter uma pitangueira e rever na infância desde agora,
 a velha lembrança das tardes de Miguel Pereira, em tempos de outrora.
Ainda vou querer reler tudo que vivi, reviver o que não vi 

Não quero muito, quero o bastante pra sorrir.Quero o que for pra mim.

Contudo que seja viver valendo, morrer vivendo e ser lembrada no aroma do jasmim.


(AC.Lara)





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Abçs e sorrisos ✌
Ana Cláudia Lara