Autor: Guilherme De Souza
I
Queira eu clamar teu nome
Como quem chama a própria alma De volta ao corpo Como quem pede por ajuda E por socorro Como quem ama e por amor Se acha morto E os teus olhos (eu os vejo) Eu os conheço De outros tempos De alguns versos atrás Eu alegrá-los tento A eles pertenço (Eu que amá-los Já não posso mais). |
II
O teu abraço
O teu cheiro que me envolve A tua presença Que me marca, que me esquece Estes são traços Da mulher que me conhece Que me ama, que ilude Que me cria e me destrói O amor que me corrói Que me apascenta E enaltece É o mesmo amor Que me procura É teu veneno, é minha cura. |
III
Os teus beijos sonho
Já que não os tenho Onde não os ponho Ficaram assim Inconsumados A cada encontro, a cada abraço Um quase beijo vem no encalço Eu me resisto e eu me freio Eu me perco e eu me acho Eu queria sentir teu lábio Lábio-tocando-lábio Boca-tocando-boca E desse o destino ensejo Beijo por sobre beijo. | IV
Onde se faz o ato
É consumada A desgraça, a vileza A vingança Razão perdida Delírios na esperança De uma honra conquistada Mas honra aqui Não vale nada Eu me desfaço, eu me afasto Eu me perdoo Eu sinto o gosto Como o sente a acabada Honra Mas honra aqui Não vale nada. |
V
Mais de mil faces
Se constroem em meu palácio Pudera eu ter fácil A alegria que vem delas Mas elas mentem Elas fingem, elas sentem A hipocrisia que escondemos, que criamos E se perdemos o sentido Dessas vidas E por perdidas já as temos Já estamos Consideramos perdida A rebeldia. | VI
De novo vens
Como vem o amanhã És tão intrusa, penetrante Quanto o sol Não vens sozinha Sim, vens com novo amante É tua vinda indecidida Te percebo, e para mim reclamas De um certo que não amas Não te ama (ninguém ama) Nada faço (te observo) Eu te olho (E não te enxergo…) |
VII
Nessa dança
A qual nós chamamos vida Eu a encontro Imerecida Foi amante, foi amiga Foi tudo e foi tão pouco E agora tanto faz Dançarina das mil noites Bailarina das mentiras Que a mim não enganas mais E se teu último véu não tiras A mim, quero que me digas Para quem o tirarás? Da linda e poetica fonte: http://musicasaovento.wordpress.com (http://musicasaovento.wordpress.com/2009/10/06/odalisca-um-poema-em-sete-veus/)
Img:Google
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Abçs e sorrisos ✌
Ana Cláudia Lara